sexta-feira, 23 de julho de 2010

A Última Gota

A última gota de chuva caiu do topo da árvore nos cabelos de Catarina, mas Catarina não percebeu. Correu, gritou e pulou em cima do cão dócil, brincalhão. Riu sozinha, enquanto o cão corria para pegar o graveto que ela jogara. O seu sorriso não era falso. Era de extrema felicidade. Plena, pura alegria.
Catarina tinha seis e o cão, cinco. Juntos cresceram em sintonia. Juntos corriam. Juntos brincavam. Latidos e risadas. Pés e patas. Pele e pêlo. Quatro olhos castanhos, quatro ouvidos atentos à chamada. Almoço para ambos. Rápido, rápido, que é pra gente voltar a brincar. As nuvens voltaram enquanto comiam, e choveu. Catarina logo adormeceu no sofá e o cão, companheiro, também. Duas horas e a chuva continuava. Anoiteceu e acordaram. Amanheceu e acordaram novamente. Parara de chover, que bom! Vamos brincar! Correram para o quintal. A última gota de chuva caiu do topo da árvore nos pêlos do cão, mas o cão não percebeu.

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